Um fragmento do diário mágico de Frater Gemini 21.'.21.'.21
Ághape! Thelema!
Um fragmento do diário mágico de Frater Gemini 21.'.21.'.21
Ághape! Thelema!
Tantra é um termo que é normalmente aplicado aos textos místicos de natureza Hindu e Budista, que em sua extensão tratam da importância espiritual do “conhecimento carnal”, cujo significado literal seria a obtenção da gnosis adquirida por todo o corpo. – ‘Gnosis’ é um conceito-chave de natureza mágica podendo ser definido como o conhecimento obtido pela percepção direta através da magick, em outras palavras, pela mente mágica. – Os livres pensadores praticantes do Tantra são conhecidos por diversos nomes, dentre eles: Tantrikas (magistas), Kaulas (aqueles que acompanham os deuses), Naths (Adeptos), ou Siddhas (os que detêm poder). Os Trantrikas estudam e praticam magick e por esse motivo, são capazes de encontrar um ambiente familiar aqueles dos adeptos mágicos-ocidentais. O Tantra é também uma inclinação religiosa e a preeminência das deidades adoradas dentro do Tantrismo Hindu tidas como Shiva e Shakti, a deusa prmordial, mas também a síntese de tudo, a criança ou o príncipe, como é o caso da deidade com cabeça de elefante tida como Ganesha. Os autênticos seguidores do Tantra acreditam que a nossa constituição psicológica possui componentes masculinos e femininos e se esforçam para realizar plenamente o potencial desta natureza bissexual com seus proóprios corpos e prórpias vidas. Após a popularidade das idéias de C. Jung, esta não parece ser uma hipótese inovadora, por outro lado, se deve ter em mente, que tais conceitos estão presentes na Ásia há mais de mil anos. O Tantrika almeja a unificação dos lados masculinos e femininos no âmbito corpo/mente, e assim alcançar aquilo que tem sido reconhecido como o estado primal da inocência/gnosis. Magick e por vezes a sexualidade, são ferramentas utilizadas para a obtenção desta transformação. Na maioria das vezes, os textos tântricos se iniciam com um diálogo entre Shiva e Shakti. A partitr disso, podemos concluir que o praticante, qualquer que seja a sua natureza, assume a forma-deus destes deuses, ou seja, Shiva e Shakti, ingressando assim mais uma vez naquele conhecimento que jorra daquilo que é divino. O tantrismo como culto ou seita é algo difícil de ser ignorado. Da mesma forma que o Hinduismo, é deveras na realidade uma coleção de diferentes práticas e sentenças de cunho filosófico. Para diversificar ainda mais as coisas, alguns elementos do Tantra podem ser encontrados também dentre os praticantes ortodoxos. Existem oito práticas ou técnicas bastante peculiares que podem ser encontradas dentro do Tantra. São elas: Sadhana, mantra, mandala, mudra, nyasa, dhyana, puja e diksha. Aquele que é capaz de compreender o siginificado de cada uma dessas palavras Sânscritas pouco familiares, terá uma ampla noção do que implica ser um Tantrika.
AMOOKOS and the Nath Ganas
Trad. Frater P.V.R.A.
Trad. Fr. P.V.R.A.
Kali significa ‘aquela que é negra’ ou ‘a negra’. Nos tempos Védicos esse nome foi associado com Agni (que significa fogo), a personificação do fogo sacrifical, que possui sete línguas cintilantes de fogo que devoram oblação de manteiga. As sete línguas, ou chamas, de Agni fazem alusão às ‘Sete Irmãs Vermelhas’. Destas sete, Kali era a negra ou a de língua terrível. O significado da palavra está perdido atualmente, embora tenha se desenvolvido junto a deusa Kali, a feroz intensamente negra e sangrenta, consorte de Siva (Shiva). O conceito da grande deusa é chamado Sakti ou Shakti (a palavra por si mesma significa ‘poder’). Uma personificação do princípio feminino e da força vital do universo. Assim como sua contraparte masculina, ela é tanto destrutiva quanto criadora e aparece sob muitas formas e aspectos, e ainda sob diversos nomes.
Dois antigos símbolos Hindus são o phallus ( lingam ), que pode ser até encontrado do lado de fora de alguns templos, sempre rodeado por uma vagina chamada yoni. Shiva é o lingam, Shakti é a yoni. O símbolo expressa a criação do mundo, entretanto está atrelada a um sentido muito mais profundo que um mero ato sexual. Shakti é a feminilidade encarnada, agindo como um guru para os deuses masculinos, um arquétipo atemporal, a mãe divina, tida como a mais nobre na cosmogonia Hindu.
Em função de sua natureza tirana, surge nas mais diversas formas, como aquela de Parvarti e Uma, filha dos Himalaya. Ela é a personificação das mais altas montanhas situadas às fronteiras nordestes da Índia. Parvarti é a bela esposa de Shiva e a mãe dos seus filhos, cheia de graça e feminilidade. Por outro lado, Durga é selvagem e protetora, Kali é cruel e destrutiva. Outros nomes de Sakti são Devi, cujo significado é a ‘grande deusa‘ ( note a similaridade entre Devi com devil ), Mahadevi, Sati, Bhavani, Bhairavi, Chandi, Hariti, Shashti, Mariyamman, Minakshi, Sitala, ( a deusa da varíola ), Manasa ( deusa serpente ) e milhares de outros nomes. Com Kali andam as sete Matrikas ( mães menores ) que confeccionam suas armas nas batalhas.
Como mãe criadora e doadora de vida, clama por todos os seres viventes, bons e amáveis, entretanto, assim como seu esposo, sob a mesma natureza destrutiva e criativa.
O aspecto mais dinâmico de Shakti é Durga ( que é de difícil aproximação ). O nome foi tirado do aspecto de Devi quando ela se tornou um demônio de nome similar a esse. Ela é ambas, protetora e letal aos seus inimigos, ela toma forma segurando diversas armas, empunhando espadas e lanças, assim como no mito da sua batalha com o demônio da montanha
Em alguns lugares da Índia é adorada como Kali, reconhecida como possuidora dos atributos de uma pantera, e algumas vezes como sendo o tridente do seu esposo.